As principais entidades do setor produtivo do Amapá se manifestaram, de forma conjunta, contra a criação de quatro novas Reservas Extrativistas Marinhas: Flamã (Oiapoque), Goiabal (Calçoene), Amapá/Sucurijú (Amapá) e Bailique (Macapá). O manifesto, divulgado no dia 24 de Abril, foi assinado por representantes de instituições como Fecomércio-AP, Sebrae/AP, FIEAP, ACIA, CDL/AP, FAEAP, entre outras.
As entidades alertam que a medida poderá gerar impactos negativos profundos na economia estadual, como a inviabilização da exploração de petróleo e gás natural, setor considerado estratégico para tirar o Amapá da condição de um dos estados mais pobres do país. Outro ponto destacado é o comprometimento da pesca artesanal, atividade essencial para centenas de famílias no litoral amapaense.

Em entrevista ao Portal de Notícias EricQueiroz.com.br, o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Amapá, Ladislao Monte, reforçou a preocupação.
"É uma preocupação de todas as entidades que compõem o setor produtivo. Vemos que a criação dessas reservas é uma tentativa proposital de barrar a autorização para que a Petrobras continue o trabalho de prospecção de petróleo no nosso estado. Essa medida praticamente abrange todo o litoral onde a Petrobras realizaria a prospecção", afirmou.
Ladislao destacou que a criação dessas reservas pode impedir não apenas a exploração de petróleo, mas também a atividade pesqueira no litoral amapaense.
"Seriam áreas de preservação que trariam grandes prejuízos para a pesca e para a expectativa que temos sobre a exploração do petróleo. Sem o desenvolvimento do setor primário e secundário, o setor terciário também sofre, o que afeta todo o comércio e os serviços", explicou.

O presidente da Fecomércio também criticou a falta de diálogo efetivo entre o governo federal e as entidades empresariais. Segundo ele, a decisão parece extrapolar o aspecto técnico e assumir contornos políticos.
"Essa articulação precisa ser feita pela nossa bancada política junto ao governo federal, porque o órgão ambiental responsável é o IBAMA, que é gerido diretamente pela União."
O manifesto das entidades também alerta que, caso as novas reservas sejam implementadas, haverá perda de protagonismo local no processo de licenciamento ambiental e possibilidade de fuga de investimentos para outros estados como Pará, Maranhão e Ceará, que poderão se beneficiar da indústria de petróleo do Amapá sem as mesmas restrições.
Atualmente, cerca de 73% do território amapaense já está sob alguma forma de proteção ambiental, e as lideranças do setor produtivo defendem que a criação de novas áreas protegidas compromete ainda mais o potencial de desenvolvimento econômico do estado.
O documento reafirma o compromisso das entidades com o desenvolvimento sustentável, mas faz um apelo para que o Amapá tenha a chance de explorar de forma equilibrada seus recursos naturais e avançar em direção ao crescimento econômico.
Acompanhe o manifesto na íntegra assinado por:
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Ladislao Pedroso Monte – Presidente da Fecomércio-AP
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José Samuel Alcolumbre Tobelem – Presidente do Sebrae/AP
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Márcio André Bragança Borges – Presidente da ACIA Macapá
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Márcio André Sampaio Góes – Presidente da CDL/AP
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Luíz Iraçú G. Colares – Presidente da FAEAP
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Franck José Saraiva de Almeida – Presidente da FIEAP
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Antônia Ferreira Sullyvan – Presidente da AMAPS
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Lilma Sebastiana da Silva Campos – Presidente da ACOI
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Glauco Mauro Cei – Presidente do SINDUSCON-AP
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Anderson Clayton Rodrigues Farias – Presidente da FEMICRO/AP
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Leidinaldo Gama – Presidente da FEPAP
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