ericqueiroz.com.br

Domingo, 12 de Outubro de 2025
Setor produtivo do Amapá rejeita criação de novas reservas extrativistas marinhas e alerta para prejuízos ao desenvolvimento

Economia

Setor produtivo do Amapá rejeita criação de novas reservas extrativistas marinhas e alerta para prejuízos ao desenvolvimento

Entidades temem impacto na exploração de petróleo, na pesca e na economia do estado; manifesto denuncia tentativa de barrar crescimento econômico.

IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.

As principais entidades do setor produtivo do Amapá se manifestaram, de forma conjunta, contra a criação de quatro novas Reservas Extrativistas Marinhas: Flamã (Oiapoque), Goiabal (Calçoene), Amapá/Sucurijú (Amapá) e Bailique (Macapá). O manifesto, divulgado no dia 24 de Abril, foi assinado por representantes de instituições como Fecomércio-AP, Sebrae/AP, FIEAP, ACIA, CDL/AP, FAEAP, entre outras.

 

As entidades alertam que a medida poderá gerar impactos negativos profundos na economia estadual, como a inviabilização da exploração de petróleo e gás natural, setor considerado estratégico para tirar o Amapá da condição de um dos estados mais pobres do país. Outro ponto destacado é o comprometimento da pesca artesanal, atividade essencial para centenas de famílias no litoral amapaense.

Publicidade

Leia Também:

Vista do centro de Macapá: com a exploração consciente de seus recursos naturais, o Amapá tem potencial para impulsionar seu desenvolvimento econômico, gerar empregos e aumentar o poder de compra da população. Foto: Maksuel Martins/GEA

 

Em entrevista ao Portal de Notícias EricQueiroz.com.br, o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Amapá, Ladislao Monte, reforçou a preocupação.

"É uma preocupação de todas as entidades que compõem o setor produtivo. Vemos que a criação dessas reservas é uma tentativa proposital de barrar a autorização para que a Petrobras continue o trabalho de prospecção de petróleo no nosso estado. Essa medida praticamente abrange todo o litoral onde a Petrobras realizaria a prospecção", afirmou.

 

Ladislao destacou que a criação dessas reservas pode impedir não apenas a exploração de petróleo, mas também a atividade pesqueira no litoral amapaense.

"Seriam áreas de preservação que trariam grandes prejuízos para a pesca e para a expectativa que temos sobre a exploração do petróleo. Sem o desenvolvimento do setor primário e secundário, o setor terciário também sofre, o que afeta todo o comércio e os serviços", explicou.

Ladislao Monte defende o crescimento sustentável do Amapá e reforça a união do setor produtivo em busca de oportunidades que valorizem o potencial do estado e melhorem a qualidade de vida da população.

 

O presidente da Fecomércio também criticou a falta de diálogo efetivo entre o governo federal e as entidades empresariais. Segundo ele, a decisão parece extrapolar o aspecto técnico e assumir contornos políticos.

"Essa articulação precisa ser feita pela nossa bancada política junto ao governo federal, porque o órgão ambiental responsável é o IBAMA, que é gerido diretamente pela União."

 

O manifesto das entidades também alerta que, caso as novas reservas sejam implementadas, haverá perda de protagonismo local no processo de licenciamento ambiental e possibilidade de fuga de investimentos para outros estados como Pará, Maranhão e Ceará, que poderão se beneficiar da indústria de petróleo do Amapá sem as mesmas restrições.

 

Atualmente, cerca de 73% do território amapaense já está sob alguma forma de proteção ambiental, e as lideranças do setor produtivo defendem que a criação de novas áreas protegidas compromete ainda mais o potencial de desenvolvimento econômico do estado.

 

O documento reafirma o compromisso das entidades com o desenvolvimento sustentável, mas faz um apelo para que o Amapá tenha a chance de explorar de forma equilibrada seus recursos naturais e avançar em direção ao crescimento econômico.

 

Acompanhe o manifesto na íntegra assinado por:

  • Ladislao Pedroso Monte – Presidente da Fecomércio-AP

  • José Samuel Alcolumbre Tobelem – Presidente do Sebrae/AP

  • Márcio André Bragança Borges – Presidente da ACIA Macapá

  • Márcio André Sampaio Góes – Presidente da CDL/AP

  • Luíz Iraçú G. Colares – Presidente da FAEAP

  • Franck José Saraiva de Almeida – Presidente da FIEAP

  • Antônia Ferreira Sullyvan – Presidente da AMAPS

  • Lilma Sebastiana da Silva Campos – Presidente da ACOI

  • Glauco Mauro Cei – Presidente do SINDUSCON-AP

  • Anderson Clayton Rodrigues Farias – Presidente da FEMICRO/AP

  • Leidinaldo Gama – Presidente da FEPAP

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Amapá, Ladislao Monte / Foto: Eric Queiroz
Comentários:
Eric Queiroz

Publicado por:

Eric Queiroz

Eric Queiroz, nascido em Caiena (1991), é jornalista com 15 anos de carreira, destacando-se no jornalismo policial, atualmente é repórter/diretor do programa "Bronca Pesada" (TV Cidade). Também atua no rádio e escreve colunas online.

Saiba Mais

Envie sua mensagem, estaremos respondendo assim que possível ; )