O deputado estadual Jory Oeiras usou o programa Bronca Pesada, apresentado por Belair Jr., nesta quarta-feira (20), para esclarecer as acusações que o ligaram à agressão sofrida por jornalistas durante uma agenda do prefeito Antônio Furlan, em Macapá, no último domingo (18). O episódio ganhou repercussão após registros mostrarem profissionais da imprensa sendo agredidos enquanto faziam perguntas sobre obras em atraso, incluindo Iran Froes, Heverson Castro e Marshal Vasconcelos.
Durante a entrevista, Oeiras foi enfático ao negar qualquer envolvimento no caso. Ele classificou como criminosa a divulgação de um vídeo compartilhado pelo vereador Bruno Igreja, aliado do prefeito, que sugeria sua participação na ação.
“Esse vídeo é uma montagem malfeita, cheia de cortes. Para quem entende de edição, é evidente. Mas para quem não entende, pode parecer real. Eu não mandei ninguém, não paguei ninguém e não tenho nada a ver com essa confusão. Já denunciei e entreguei às autoridades, que estão investigando. A verdade vai aparecer”, declarou.
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Defesa da liberdade de imprensa e integridade dos jornalistas
Oeiras expressou indignação com a violência sofrida pelos profissionais, vítimas de empurrões, socos e imobilização, lembrando que o direito à imprensa é fundamental em uma democracia.
“Fizeram o que? Jogaram o Iran no chão. E ainda criminalizam os jornalistas que só faziam perguntas legítimas sobre obras em atraso. Isso fere, sim, a democracia e o direito de a população ser informada”, afirmou.
O parlamentar destacou que Iran Froes, preso injustamente por algumas horas no dia do episódio, atua em seu gabinete, mas também como freelancer, e que não há motivos para qualquer punição.
“Se houver prova de que ele agrediu alguém, eu mesmo o exonero. Mas até agora não há nada que desabone sua conduta. Ele estava cumprindo seu trabalho. Não vou ser injusto com ele por pressão política”, disse.

Rebatendo acusações financeiras
O deputado também negou categoricamente as acusações de que teria pago R$ 60 mil para provocar o episódio.
“Estão dizendo que eu dei R$ 60 mil. Isso é absurdo! Vou expor minhas contas, meus extratos, meu telefone, tudo que for necessário. Não existe esse dinheiro, não existe essa transação. Mentira repetida não vira verdade”, afirmou.
Antecedentes de armação e apelo à Justiça
Oeiras lembrou que já enfrentou ataques semelhantes no passado, durante a eleição de 2016, quando houve tentativa de envolvê-lo em gravação manipulada.
“Agora, novamente, surge uma armação. Mas confio que a Polícia Civil e a Justiça vão esclarecer tudo. Eu não devo nada à Justiça e vou até as últimas instâncias para provar minha inocência”, declarou.

Repercussão política
O episódio gerou debates na Assembleia Legislativa do Amapá, com deputados defendendo a liberdade de imprensa e criticando a agressão aos jornalistas. Para Oeiras, o caso evidencia o uso político de mentiras e calúnias.
“O prefeito agrediu jornalistas que só estavam fazendo perguntas legítimas. Mas estão tentando inverter a história, transformando vítimas em culpados e o agressor em vítima. Eu não vou recuar. A verdade vai prevalecer”, concluiu.
Boletim de Ocorrência
O deputado registrou um boletim de ocorrência na Delegacia de Policia Civil do Amapá, no núcleo de Operações e Inteligência, relatando que o jornalista Iran Froes e outro profissional, Marshal Vasconcelos, foram vítimas de agressão e que o vídeo divulgado seria uma trama montada contra ele. No documento, Oeiras reforça que não teve qualquer participação na ação, e que a divulgação do material configuraria crime de manipulação de informação. A denuncia será investigada por peritos da polícia, que buscarão identificar os responsáveis para esclarecer os fatos.

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